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BIC Talentos que Educam reconhece professores com propostas criativas

Projeto busca estimular docentes a buscarem novas linguagens e métodos inovadores de ensino por meio do formato audiovisual

Por Danilo Moreira, em parceria com a Estech

É de conhecimento que a Educação no Brasil precisa de melhorias estruturais e também de métodos inovadores de ensino. Pensando nisso, a marca BIC, em parceria com a Project Hub, lançou o concurso BIC Talentos que Educam, que visa incentivar a Educação digital no Brasil por meio da criação audiovisual, além de democratizar o conhecimento para estudantes de todo o país. No dia 27 de julho, a iniciativa premiou três professores que apresentaram vídeos com propostas inovadoras.

A ideia era que professores saíssem da sala de aula e produzissem um vídeo de três minutos utilizando uma das temáticas interdisciplinares definidas: “Tecnologia+História”, “Literatura+Geografia” ou “Música+Português”. Os assuntos escolhidos são do território de Ciências Humanas, pois segundo a organização do concurso, esta área ainda apresenta certa carência de conteúdos na internet em comparação com outras. No período de inscrições, que abrangeu os meses de abril e junho, a iniciativa recebeu o equivalente a cinco horas de vídeos. Um time composto por profissionais da Educação e youtubers avaliou os trabalhos e selecionou um campeão por categoria.

A equipe de curadores é composta pelo gerente de Marketing da BIC Brasil, Emerson Cação; o fundador da Project Hub Brasil, Lucas Foster; o jornalista e coordenador do portal Catraca Livre, Gilberto Dimenstein; o criador do projeto Caindo no Brasil, Caio Dib; a gestora de projetos no Núcleo Criativo e de Gestão em Ciência e Educação (NcgCE), Adriana Cohen; e a editora do site Porvir, Tatiana Klix. Além de curadores, também são embaixadores do projeto o professor de Física e criador do canal Física Total, Ivys Urquiza e o dono do Matemática Rio, o professor de Matemática Rafael Procópio.

 

Urquiza e Procópio
Urquiza e Procópio, embaixadores do projeto (1)

 

A Cerimônia de Premiação foi realizada no Cine Reserva Cultural, em São Paulo. Os vídeos premiados foram Talles tira de letra, do professor Alexandre Estevanato, na temática Música+Língua Portuguesa; O vilão do Brasil (Tecnologia+História), do produtor audiovisual Ary da Silva Franco Neto e do professor Walter Solla; e #Partiu! Literatura, do professor Beto Britto (Literatura+Geografia). Os três premiados receberam 50 mil reais para a continuidade dos projetos. Cada um deles participou de uma oficina de qualificação para produzir mais 10 curtas metragens de até cinco minutos, sendo esta a próxima etapa da iniciativa. Os conteúdos serão lançados oficialmente em setembro e são voltados aos estudantes que estão se preparando para vestibulares e avaliações como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Durante o evento, o gerente de Marketing da BIC Brasil, Emerson Cação, destacou a importância que os vídeos possuem como meio de alcançar públicos de regiões cujas estruturas tradicionais de ensino apresentam deficiências. Segundo ele, o que vai revolucionar a Educação não é apenas a tecnologia em si, mas professores que utilizem recursos de forma dinâmica e criativa com os alunos. “O Brasil precisa de Educação; e esta, por sua vez, necessita de talentos que educam”, reforça o executivo.

 

Emerson Cação
Emerson Cação, diretor de Marketing da BIC Brasil (2)

 

Conteúdos interdisciplinares

Um jovem apaixonado compôs uma música para sua amada e decide mostrá-la ao seu professor. A letra ficou interessante, mas o docente observa alguns erros e decide corrigi-los em divertidas explicações. É com essa temática que o vídeo Talles tira de letra, do professor de língua portuguesa Alexandre Estevanato, venceu o prêmio na categoria "Música+Língua Portuguesa". O docente acredita que a junção entre as disciplinas tem sido cada vez mais presente nas salas de aula e principalmente fora delas, sendo o mercado de trabalho uma das vitrines em que os alunos demonstram as habilidades e o conhecimento absorvidos com essa metodologia. “Uma boa aula não se faz só com bom professor, mas quando existe essa junção de segmentos, o aluno fica muito mais bem subsidiado pelas nossas aulas dentro e fora das salas”, afirma.

O professor acredita que a popularização da internet fez com que a interdisciplinaridade se tornasse fundamental, possibilitando inclusive que alunos possam buscar mais conteúdos dinâmicos com credibilidade. “Eu acredito que o aluno deve buscar seu referencial teórico em autores, livros e sites que são coerentes, e essa é a nossa missão com o ‘Talentos que Educam’, gerar referências para alunos do país inteiro”, explica Estevanato.

 

Professor Alexandre Estevanato
Professor Alexandre Estevanato (1)

 

Já em O vilão do Brasil, do produtor audiovisual Ary da Silva Franco Neto e o professor de História Walter Solla, diversos personagens históricos são interrogados. Campeão pela categoria “Tecnologia+História”, o vídeo brinca e até provoca o espectador sobre a forma correta de “investigar o Brasil”, alertando para a necessidade de entender as estruturas sociais, econômicas e históricas, bem como as tecnologias utilizadas em cada tempo. “Essas videoaulas representam a necessidade de uma nova linguagem, além de buscar entender que o jovem precisa de algo mais dinâmico e fazer conexões com os saberes. É aí que o audiovisual dá o suporte e mais liberdade para trabalhar”, afirma Neto.

Solla, que é conhecido pelo seu canal educativo no YouTube, chamado Se Liga Nessa História, chama a atenção para a estrutura do ensino atual. “A gente tem que entender nossa escola está há 150 anos nesse mesmo molde. Não há porque deixar de ter a ousadia de interagir com áreas diferentes”, comenta. Neto também reforça a importância de novas linguagens e da necessidade de agregar disciplinas. “Antes, cada conhecimento tinha a sua gavetinha, de História, Geografia, e hoje o mercado de trabalho exige um profissional mais completo, e nesse sentido a Educação tem um significado maior não só para atender demandas das empresas, mas também para resolver as da sociedade. Nós precisamos de pessoas que tenham o pensamento mais amplo”, afirma o produtor audiovisual.

 

O produtor Ary Franco Neto e o professor Walter Solla
O produtor Ary Franco Neto e o professor Walter Solla (2)

 

Solla também comentou sobre o tom provocador do vídeo em cutucar personagens políticos em um período de tons inflamados no cenário brasileiro atual. “Um dos desafios que tenho em História é o de trabalhar ideias políticas. Mas essa disciplina envolve lidar com tabus, então vamos sim falar de política e corrupção”, destaca.

Literatura brasileira e características regionais do Nordeste por meio do escritor Graciliano Ramos e sua grande obra “Vidas Secas” foram os temas abordados no vídeo #Partiu! Literatura, do professor de Literatura Beto Britto (categoria Literatura+Geografia Brasileira). O docente relata que o maior desafio ao adaptar o conteúdo dado em sala de aula para o formato vídeo foi a síntese. "A gente costuma fazer aulas de 45 minutos onde falamos muitas coisas, mas se perdem no ar, o aluno não capta tudo. Essa escolha das palavras no vídeo que vão cativar o estudante é muito complexa. Geralmente o ego impede que cortemos algumas partes, pois, achamos que tudo é importante. Aí temos de montar um vídeo de 3 minutos com uma mensagem que seja interessante, sintética e que leve alguma contribuição de conteúdo”, comenta Britto.

 

Professor Beto Britto
Professor Beto Britto (1)

 

O docente comentou sobre a satisfação em fazer parte de um projeto que busca produzir conteúdos interessantes por meio de novas didáticas e atingir locais mais afastados. “Essa democratização da informação é fantástica. Ainda estamos em um processo de transformação e não sabemos como tudo se vai formatar no futuro, mas é perfeito fazer parte disso”, afirma.

Despertar a curiosidade

A Cerimônia de Premiação contou também com a participação especial do jornalista Iberê Thenório, cofundador do famoso canal de entretenimento educativo Manual do Mundo. Durante sua palestra, Thenório reforçou o papel do concurso e falou sobre a importância do formato audiovisual para transmitir conhecimento de forma interessante e dinâmica. “Essa nova linguagem por meio da Internet pode realmente mudar as coisas não só para o aluno que tem acesso às aulas com didática fora do comum, mas também para o professor que precisa de parâmetros para ensinar. Agora ele tem vários exemplos”, explica o youtuber.

Criado em 2008 por Thenório e sua esposa, a terapeuta ocupacional Mariana Fulfaro, o Manual do Mundo é repleto de vídeos criativos com experiências científicas, receitas, desafios, pegadinhas, mágicas, entre outros conteúdos interessantes. O objetivo é divulgar dicas para facilitar o dia-a-dia das pessoas e estimular o interesse pela Ciência, exibindo-a de forma mais acessível e atrativa. Sucesso no YouTube, conta atualmente com 6,3 milhões de seguidores.

O jovem empreendedor conta que a dupla possui um banco de ideias formado por sugestões que recebem do público ou de pesquisas em canais semelhantes. As experiências são selecionadas e previamente realizadas para comprovar seu funcionamento, além de pesquisas sobre referenciais para dar embasamento teórico. “Temos que partir do princípio que as pessoas não sabem tudo. É necessário explicar da forma mais simples possível e de um jeito legal de assistir. E tem dado certo. [...] Tem gente que me fala que está fazendo Química, Física, porque viu no Manual do Mundo. Isso é o que nós faz ter vontade de fazer mais”, explica.

 

Iberê Thenório, durante a Cerimônia de Premiação
Iberê Thenório, durante a Cerimônia de Premiação (1)

 

Thenório elogiou o crescente surgimento de canais de videoaulas. Segundo ele, a tecnologia não vem para substituir a relação entre aluno e professor, mas amenizar certas deficiências que a estrutura educacional tradicional possui. “Tudo isso é uma troca que não existia antigamente e isso vai fazer a diferença. Acompanho a internet desde 1995 e tinha a expectativa de que ela seria uma revolução na Educação. Acho que agora com esses canais no YouTube e outros projetos como esse [BIC Talentos que Educam] isso realmente está começando a acontecer.”

O projeto BIC Talentos que Educam é um exemplo de como pessoas criativas e empreendedores juntos podem proporcionar conteúdos de qualidade, buscando novas formas de abordagem, transmitindo conhecimento por meio de tecnologias que estão em alta e podendo auxiliar milhares de estudantes e professores em todo o país.

Você pode conferir mais detalhes do evento, o projeto e os entrevistados assistindo à cobertura completa em vídeo no canal da Estech no YouTube. Para acompanhar as novidades sobre o projeto, acesse página do BIC Talentos que Educam no Facebook.

Fotos: (1) Danilo Moreira, (2) BIC Talentos que Educam (Facebook)

*Agradecimentos especiais à Bruna Sousa e Fernando Ramos pela parceria na produção desta matéria.

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