Livro publicado pela Gênio Criador Editora amplia visões sobre rotinas, inovações e desafios da área da Saúde no país
Por Danilo Moreira
As duas primeiras décadas deste século já demonstraram a complexidade de um cenário de mudanças sociais e desafios, que impactam no trabalho de profissionais de Saúde. Mas quais são esses impactos e dilemas que esses trabalhadores e a área têm enfrentado, de modo geral?
Essas e outras questões estão presentes no livro Saúde e Contemporaneidade: dilemas, desafios e inovações, publicado pela Gênio Criador Editora. Organizada pelas pesquisadoras Cleusa Sakamoto e Hilda Avoglia, a obra reúne dez artigos de especialistas que abordam sobre dilemas, questionamentos, desafios, soluções e inovações na área.
De acordo com Hilda, a ideia do livro veio de inquietações originadas na pandemia de Covid-19. Dessa forma, nasceu a necessidade de propor uma obra que abordasse questões do cotidiano vividas pelos mais diversos profissionais de Saúde.
São mudanças sociais que surgiram e/ou que se agravaram na pandemia, atingiram diretamente a Saúde e a saúde mental de pessoas que convivem nas mais diferentes realidades. “Desse modo, a ideia do livro foi ‘dar voz’ a esses profissionais, possibilitando reflexão. Não que sejam fórmulas prontas para ação, mas sim, ideias a serem pensadas e permitam ampliar os pensamentos”, explica a organizadora.
Hilda, uma das organizadoras do livro
A obra é indicada para estudantes, professores, pesquisadores e profissionais da área da Saúde de um modo geral, tais como psicólogos, psicanalistas, fisioterapeutas, psiquiatras e enfermeiros. Mas Hilda explica que o livro também contribui para quem não é da área. “Lidamos com a premissa do bem comum e do bem-estar humano. A saúde é um bem de todos. Dessa forma, o livro permite que a reflexão seja de interesse geral.”
Covid-19 e tecnologia
O uso de recursos tecnológicos durante a pandemia de Covid-19 rende muitas análises e aprendizados até hoje. É o que trata o capítulo Epidemia, Pandemia e Tecnologia: implicações nas relações humanas, escrito por Caio Felix de Araújo, Douglas A. dos Santos e Hilda Rosa Capelão Avoglia. O artigo aborda a ressignificação da tecnologia no enfrentamento da pandemia de Covid-19, permeando a mudança de hábitos e os desafios contemporâneos.
Caio explica que artigo surgiu da experiência de um grupo de atendimento à pandemia, que se tornou TCC da sua graduação em Psicologia. “Me sinto muito realizado com esse livro. Como sou um profissional que está nos dois lados, Psicologia e Tecnologia, passei por muitas discussões enviesadas do mal que a tecnologia traz. Fizemos o capítulo em conjunto e foi uma troca muito rica em discussões na busca por algo a mais do que o trivial, de forma a ressignificar o conceito de existência e da tecnologia.”
O autor explica que a pandemia de Covid-19 estimulou avanços significativos no uso de recursos tecnológicos. “O profissional da Saúde, mais especificadamente o psicólogo, via na tecnologia suas limitações e não o seu potencial. Essa relação, ainda frágil, abre ilimitadas possibilidades de estudo, atendimentos e acessos. E eu vejo esse capítulo como a proposta de início dessa jornada em busca de mais conhecimento”, afirma.
Caio acredita que a pandemia fez a temática da saúde mental se tornar menos tabu. “Empresas agora reconhecem mais a necessidade do bem-estar de seus colaboradores. O que antes não era dito, hoje é aberto no cotidiano de todos. Há também profissionais renomados de inúmeras áreas dizendo de forma aberta que fazem terapia”, comenta.
Caio, um dos autores do capítulo
O pesquisador também exemplifica alguns usos da tecnologia potencializados pela pandemia, como psicólogos que utilizam as mídias sociais para falar abertamente sobre saúde mental, bem como a telemedicina para atendimento a pacientes que moram em locais de difícil acesso. “O mais importante disso tudo é que, mediante ao desastre da pandemia, a sociedade se moldou a uma nova realidade”, afirma.
O autor também cita que o uso tecnológico para certas áreas da Saúde era vista com preconceitos, como o significado de separação do contato humano, importante, por exemplo, para sessões de terapia. Mas a pandemia ajudou a reduzir esses estigmas. “A tecnologia foi fundamental para manter a saúde mental da população, dentro do possível. Também foi meio de acesso a acalentos, como fuga de uma realidade tão trágica.”
Caio se diz orgulhoso por ter atuado nesse momento em duas frentes: como profissional de Tecnologia, oferecendo soluções para auxiliar profissionais de Saúde, e como psicólogo, apoiando colegas na criação de acessos emergenciais e no atendimento a pacientes num momento tão difícil. “Vejo a importância do que construímos nesse período no trabalho de diminuição do preconceito com a saúde mental, levando a importância da fala e dando acesso ao que antes era impossível”, afirma.
Mas o pesquisador pontua que o uso de tecnologias na área da Saúde ainda tem desafios, como a capacitação técnica dos profissionais, bem como a criação de novas teorias e estudos sobre o assunto. “Talvez o maior desafio para profissionais da saúde seja reconhecer o preconceito que existe e ajudar a criar esse movimento mais conectado às possibilidades da tecnologia. É olhar os impactos negativos e positivos e como te impacta. Somente assim, revalidando e recriando o que sabemos, vamos realmente dar um próximo passo na busca pelo conhecimento do ‘eu’”, destaca.
Medicina do Estilo de Vida
Estilo de vida é muito mais conectado à saúde mental do que você imagina. É o que traz o capítulo A psiquiatria, o sofrimento e as práticas diárias, escrito por Juliana Gomes Pereira. Por meio da Medicina do Estilo de Vida, o artigo traz reflexões sobre as relações entre os transtornos mentais e o manejo do estresse, o sono, alimentação e atividades físicas e seus impactos no tratamento psiquiátrico. Além disso, a autora propõe meios de buscar a qualidade de vida dos profissionais de Saúde Mental.
“Escrever esse capítulo na verdade foi muito mais prazeroso do que difícil, pois trabalho bastante com isso e me sinto motivada a inspirar os pacientes, uma vez que o exemplo dos médicos tem impacto bastante positivo”, comenta Juliana.
Por meio do artigo, a autora traz a importância da Medicina do Estilo de Vida como intervenção acessível, eficaz e baseada em evidências na promoção, prevenção e tratamento em saúde mental. “Trata-se dos cuidados que podemos ter em relação ao sono, prática de atividade física, alimentação rica em vegetais, restrição de substâncias tóxicas socialização e meditação”, explica.
Assim, aponta Juliana, ajudar os pacientes com o estilo de vida ajuda nos cuidados da saúde mental com ou sem medicamentos, reduzindo, inclusive, o risco de recaídas.
Juliana praticando atividade física: qualidade de vida fortalece a saúde mental
A autora comenta que o trabalho de recuperação de pacientes que tiveram traumas na pandemia ainda segue em andamento e é, ainda, um dos desafios enfrentados por profissionais e pacientes em termos de saúde mental pós-pandemia. Mas pondera: “houve maior divulgação da importância desse tema e aumento da procura por tratamento tanto psicológico como psiquiátrico e, assim, maior acesso ao tratamento, mesmo com demanda maior do que o sistema público de saúde consegue absorver. A OMS determinou que estamos vivendo uma pandemia de solidão como uma síndrome orgânica, com a necessidade de estratégias que melhorar o repertório social e alívio de sintomas”, explica.
A autora comentou sobre os principais mitos ainda existentes sobre problemas de saúde mental e o tratamento: “É achar que em vai ao psiquiatra é louco; não querer tomar remédio controlado porque não quer ficar dependente, não fazer terapia pois não querer perder a autonomia, não tomar remédio porque não pode consumir álcool. Quanto mais tempo passamos com sintomas sem tratamento, maior é a perda de neurônios.”
A autora participa de um movimento chamado Médicos Atletas (@medicosatletas), que propõe tirar os 70% dos médicos brasileiros do sedentarismo, além de incentivar a prática de atividade física, pois por menor que seja, conforme ela explica, já melhora a saúde mental.
Juliana também costuma divulgar a sua rotina de atividade física, meditação e alimentação rica em vegetais e seus impactos cerebrais por meio do seu Instagram @psiquiatrajulianagomes. “Recebo bastante retorno dos pacientes sobre o processo difícil que é a aquisição de hábitos mais saudáveis e mais protetores. Eu sempre digo: ‘É investimento garantido: não tem como dar errado.’”
Saúde no ambiente corporativo
No capítulo Criatividade e inovação na saúde corporativa mediante crises, a autora Paula Bertone Norberto compartilha uma pesquisa sobre os estudos relacionados à saúde mental no local de trabalho e, com base nos resultados, argumenta a necessidade de ampliar a área de investigação. Ela também destaca a importância de iniciativas de Prevenção à Saúde que podem contribuir com as organizações de trabalho, especialmente em tempos de crise.
“Pandemias são situações de crise, nas quais exigem um movimento compulsório e doloroso da população ao aprender novas metodologias de convivência”, contextualiza a autora, que complementa: “no ambiente corporativo, a adequação dos grupos a rotinas e processos da empresa podem tornar esse momento ainda mais complexo para o indivíduo. Esse enfrentamento, que envolve reação e tempo para processar o que está acontecendo e as mudanças, é muito particular”, afirma.
A pesquisadora explica que o ambiente corporativo está cada vez mais tecnológico, com intensa competitividade, especialmente ao levar em consideração a inviabilidade do ser humano de competir com máquinas. Nesse contexto, explica Paula, foi observada a presença de empresas que atuam no apoio psicológico (através de tecnologia) ao promover suporte a outras corporações.
“Esse é um começo, talvez um tanto embrionário, na minha opinião. É necessário se aprofundar em emoções básicas e educar a população para o autoconhecimento, permitindo que o indivíduo reconheça o problema e tenha recursos suficientes para pedir ajuda. Ainda temos um longo caminho pela frente, enquanto população e corporação, e um é reflexo do outro”, reflete.
Paula aborda sobre saúde mental no ambiente corporativo
A pesquisa também comenta sobre os impactos na saúde mental com as mudanças em relação ao regime de trabalho. O home-office ganhou protagonismo na pandemia e chegou a ser apontado por especialistas como o modelo predominante do futuro. Mas, atualmente, empresas têm adotado o regime híbrido ou retornado ao formato 100% presencial.
“É um período de nova adaptação e momento de crise também, visto que cada indivíduo terá uma resposta diferente a esse movimento. As organizações precisam se instruir sobre personalidades e emoções básicas, para atuar de forma mais assertiva com determinados movimentos. São Paulo, por exemplo, é uma cidade caótica, e considerar alguma flexibilidade é saudável financeiramente, levando em conta que o tratamento de doenças mentais nos colaboradores custa caro”, afirma.
O capítulo nasceu durante as observações às diferentes reações das pessoas ao isolamento social na pandemia, o que estimulou a autora a pesquisar sobre como foi esse cenário em outras crises de saúde. Além disso, ela avaliou o desenvolvimento da criatividade e inovação mediante crises cotidianas e como se preparar para enfrentar esses momentos com mais equilíbrio e saúde.
Ela afirma que o maior desafio é que o assunto ainda é pouco explorado. “Olhamos para o passado, mas pouco aprendemos com ele e implantamos menos ainda. Desejo que possamos de fato ter aprendido com a pandemia e usar esse aprendizado a favor da promoção a saúde e fortalecimento da população”, comenta.
Boderline e adolescência
No capítulo 4, A adolescência e a organização boderline de personalidade, a psicóloga Leila Salomão De La Plata Cury Tardivo chama a atenção para a organização psíquica na adolescência, permeando na temática do boderline, distúrbio de personalidade caracterizado por mudanças súbitas e opostas. Na obra, Leila apresenta um estudo de caso da menina Maria, que possui o transtorno.
“A personalidade é como se fosse um prédio que se constrói. Os adultos com organização boderline possuem uma personalidade difusa, sob influência de emoções primitivas com pouco ou nenhum controle”, explica a autora. “Há também a percepção frágil da realidade, ou seja, não reconhecem a si e ao próximo. Além disso, possuem dificuldades de afeto e expressão dele, bem como valores internalizados bastante inconsistentes. Tudo isso leva a ter relações de má qualidade com o outro, podendo inclusive, ter uma intensa dependência”, pontua.
Leila explica que o capítulo traz insumos para discussão atual existente entre os especialistas: a possibilidade de identificar a organização boderline ainda na adolescência. “Pessoas nessa fase estão com a identidade em formação. O problema é diferenciar elementos característicos dessa etapa, como a crise de identidade, dos traços do transtorno”, destaca.
A especialista alerta sobre o diagnóstico honesto do adolescente. “Não precisa ser estigmatizante com algo como ‘Ah, ele é boderline’. Não, ele sofre e pode estar se organizando desta forma. O diagnóstico é importante para o profissional, mas nunca para as pessoas se defenderem ou se afastarem de quem está perto e precisando da gente. A palavra da ordem é o cuidado”, afirma.
A autora explica que o adolescente identificado com organização boderline de personalidade tem problemas no desenvolvimento da identidade, com fragilidade significativa nas representações de si e dos outros. “Essa difusão de identidade, que o professor Otto Kernberg [renomado psicanalista e pesquisador de origem austríaca] descreve muito bem para o adulto, já se aplica para o adolescente, com consequências muito devastadoras para o desenvolvimento da personalidade e identidade. As famílias tóxicas e disfuncionais favorecem o desenvolvimento da doença, em especial os traumas no início da vida”, explica.
Leila aborda sobre organização boderline de personalidade na adolescência
A autora redigiu o capítulo utilizando, inclusive, conhecimentos que adquiriu ao estudar com o próprio Kernberg, além de outros especialistas relevantes que trabalharam com estudos de caso, como os relacionados ao uso de drogas e álcool, cujo tratamento com quem possui o transtorno boderline é mais difícil.
A especialista também explica sobre a relevância da família no caso de adolescentes com o transtorno. Ela explica que a família é o primeiro ambiente e, se for desestruturada, pode influenciar no desenvolvimento da doença. “O caso ilustrado no capítulo é uma família disfuncional, da qual uma menina é vítima de violência, sem nenhum cuidado ou proteção.”
Ela reflete que, em alguns casos, a instituição de acolhimento ao jovem pode fazer o papel de “família”, promovendo um ambiente que dê estrutura e escuta. “É preciso uma intervenção bem pensada e com muito cuidado, no qual o adolescente vá para um ambiente mais saudável, seja com a família em tratamento, sem entrar em ideologias e moralidades que vão só atrapalhar”, comenta.
Mas a autora chama a atenção para não enxergar os pais como os “culpados”. “Hoje estamos percebendo que os pais de adolescentes também sofrem muito. A pandemia favoreceu conflitos familiares. A explicação simplista que tudo que o filho tem é causado pelos pais, especialmente pela mãe, é uma visão maniqueísta, não funciona. Se uma mãe faz um filho, o filho a faz mãe também. Então, a sociedade tem que acolher a família”, reflete.
Cuidar de quem cuida
Durante os meses mais críticos da pandemia, os profissionais de Enfermagem tiveram destaque na mídia por apoiarem a linha de frente no combate à Covid-19. O capítulo Promoção de Saúde a profissionais de Enfermagem frente aos desafios do trabalho durante a pandemia de Covid-19, de Áquila Negrini da Silva, Miria Benincasa e Cristiano de Jesus Andrade, traz um olhar humanizado sobre os fatores de risco à saúde física e mental de enfermeiras (os).
“Normalmente, os estudos voltados para os profissionais de enfermagem são focados em procedimentos e em melhorias da instrumentalidade para o atendimento ao paciente, por exemplo. É como se o trabalhador não tivesse vida, apenas cuidasse de vidas”, reflete Cristiano, um dos autores. “Nossa proposta é dar visibilidade a aqueles que são visualizados enquanto instrumentos. São pessoas que precisam ser olhadas, cuidadas e, sobretudo, serem vistas como sujeitos”, complementa.
No capítulo são abordados diversos desafios na vida desses profissionais, como a necessidade de se distanciar do trabalho. “Na pandemia, enfermeiros passaram a morar nos hospitais já que a demanda e o risco de contágio eram altíssimos, então não tinham como se distanciar. A questão era como garantir uma saúde não só mental, mas integral e não só no lugar onde trabalhavam, mas no local que moravam”, explica.
Cristiano é coautor do artigo, que traz um olhar de cuidado para quem cuida dos outros
Mesmo passado quase três anos do período crítico da pandemia, Cristiano relata a existência de enfermeiras(os) que continuam a sentir os efeitos negativos daquele tempo. “Vemos um alto índice de ansiedade e pessoas que desenvolveram depressão somente hoje, pois processaram o trauma da época e agora sentem as consequências. Também há profissionais repensando suas carreiras por não quererem voltar a ter contato com o sofrimento que viram. A gente vê também que o relacionamento interpessoal ficou mais competitivo e distante”, explica.
Outra questão também apontada pelo especialista é o temor de enfermeiros por viverem outra pandemia. “Sabemos que isso pode acontecer, mas o que a gente espera é que o que foi vivenciado na última pandemia sirva como fonte de cuidado para lidar com esse cenário com menos estresse possível”, pontua.
O capítulo surgiu de um TCC feito pela autora Áquila Negrini, da qual Cristiano foi orientador. Orgulhoso, ele conta que o trabalho foi aprovado com louvor e que a própria banca já o indicou para publicação. “Diante disso, sentamos e conversamos para amadurecer a ideia. O artigo dela, além de trazer a situação do enfermeiro, também traz uma provocação social sobre olhar para o enfermeiro trabalhador como uma pessoa”, comenta.
Mais abordagens especiais
Outros especialistas renomados em diversas áreas da Saúde também trazem suas contribuições nos demais capítulos do livro.
No capítulo O trabalho interprofissional do psicólogo no cenário da atenção básica no período pandêmico, as pesquisadoras Marlene Alves da Silva e Maria Solange de Santana Palmeira apresentam uma análise sobre o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e o trabalho intersetorial, apontando ponderações sobre a Saúde Pública, bem como a atuação das equipes de Saúde e o papel do psicólogo nesses grupos. As autoras trazem aspectos dos atendimentos online e as medidas psico-educativas adotadas durante a pandemia de Covid-19.
Em O procedimento de desenhos-estórias como forma de aproximação da criatividade de crianças asmáticas, em uma perspectiva Winnicottiana, as autoras Cristiane Cintra Brentan, Helena Rinaldi Rosa e Audrey Setton Lopes de Souza trazem uma pesquisa que compara resultados obtidos por meio do procedimento de Desenhos-Estórias e no Teste de Criatividade Figural Infantil (TCFI). De modo geral, o capítulo, que utiliza referências teóricas do pediatra inglês Donald Woods Winnicott (1896-1971), explora o rico debate sobre a criatividade no uso do método projetivo na compreensão de crianças com asma.
As autoras Danuta Medeiros, Giovanna Bronti Dente e Kamilla Campos Eugênio alertam sobre as novas formas de uso do tabaco na atualidade no capítulo Tabagismo e saúde – dilemas e representações sociais de estudantes universitários. Por meio de uma pesquisa de campo com fumantes, não fumantes e ex-fumantes, as especialistas alertam sobre a urgência de se pensar em políticas públicas sobre a utilização do tabaco. Além disso, buscam esclarecer o leitor sobre a dependência e evitar o estigma imposto ao usuário.
O capítulo Características psicológicas identificadas em mulheres com endometriose e sua influência na rotina de vida, os pesquisadores Jaime de Paula e Paulo Francisco de Castro trazem importantes contribuições para estudos sobre a saúde da população feminina, em especial, as que são afetadas pela doença, que afeta cerca de 10% das mulheres e garotas em idade reprodutiva, ou seja, cerca de 190 milhões de pessoas, de acordo com dados da OMS, divulgados em 2021.
Já o capítulo Representações subjetivas em processos de morte e luto, que encerra o livro, as autoras Rafaelli Fargnoli do Nascimento e Thalita Lacerda Nobre analisam o filme “Viva! A Vida é uma Festa!” (de Adrian Molina e Lee Unkrich, 2017) e discorre sobre a abordagem do longa-metragem sobre a morte, que na trama é tratada de forma lúdica e poética. A partir do longa, as especialistas trazem uma interessante discussão sobre temáticas da morte, do morrer e do luto no horizonte da existência humana.
Lançado neste ano, Saúde e Contemporaneidade: dilemas, desafios e inovações está disponível na loja da Gênio Criador Editora.
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