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Como combater notícias falsas

8 sites que combatem fake news

Brasil possui agências e portais especializados em analisar a veracidade de conteúdos; veja também como você pode identificar boatos e notícias falsas

Por Danilo Moreira

As fake news são fatos inventados ou deturpados que se disseminam rapidamente como verdadeiros. Normalmente, costumam ser criados por pessoas e grupos para tirarem vantagens, difamarem alvos ou se autopromoverem.

Apesar de parecer recente, o termo “fake news” não é novo. De acordo com o dicionário Merriam-Webster, a expressão já é usada desde o final do século XIX. Ela começou a se popularizar mundialmente a partir das eleições norte-americanas de 2016, que terminaram com a vitória de Donald Trump.

Na época, o Departamento de Justiça Americano denunciou três agências russas, afirmando que elas teriam espalhado informações falsas na internet e influenciado os resultados.

No Brasil, o assunto passou a ocupar a mídia com mais intensidade a partir das eleições presidenciais de 2018, e permeou a pandemia de Covid-19, com ataques, por exemplo, à Ciência.

De acordo com um estudo da empresa de cibersegurança Avast, somente nas últimas eleições, de 2022, 79% dos brasileiros responderam que encontraram ou receberam notícias falsas.

Por outro lado, uma pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), divulgada em 2022, mostra, por exemplo, que somente 37% dos brasileiros que acessam a internet exclusivamente pelo celular verificam se uma informação que encontraram na internet é, de fato, verdadeira.

Felizmente, existem algumas iniciativas especializadas em fact-checking, ou seja, focadas em checar fatos e comprovar a veracidade ou não das informações em evidencia. Essas ações são promovidas por indivíduos, organizações independentes ou grandes veículos de comunicação.

Para te ajudar no momento que tiver dúvidas sobre a credibilidade de uma notícia, o blog da Gênio Criador Editora elencou alguns exemplos de portais especializados no combate às fake news. Confira a seguir:

1. Agência Lupa

Ligada ao UOL, do Grupo Folha, a Agência Lupa verifica informações e desmente conteúdos falsos, publicados em diferentes plataformas de mídia.

Além de uma seção destinada às notícias, o portal também possui uma parte com foco na educação contra fake news, ensinando macetes para identificar notícias falsas e debater os mecanismos comuns utilizados pelos criadores de boatos.

A Lupa é uma das principais agências de checagem de fatos no Brasil, sendo considerada a primeiro do tipo a ser criada no país, em 2015. Em 2019, passou a integrar o The Trust Project, consórcio mundial com mais de 120 organizações de notícias afiliadas, que trabalham em prol da credibilidade e transparência do jornalismo.

2. E-farsas

Muito antes da popularização do termo “fake news”, o E-farsas já fazia um trabalho de conscientização em desmistificar as informações que circulam pela internet.

O site está no ar desde 2001 e surgiu “com a intenção de usar a própria internet para desmistificar as histórias que nela circulam”, conforme explica o portal. Atualmente ele integra o R7.

O E-farsas avalia boatos que viralizam diariamente pela internet, e após a conclusão, compartilha o assunto de forma didática. Assim como outros indicados da nossa lista, ele também recebe sugestões de conteúdos para investigação.

3. Projeto Comprova

O Projeto Comprova é uma coalizão formada por veículos de comunicação (como Estadão, Folha e Nexo) e agências de checagem para combater a desinformação e fake news durante as eleições e outros eventos relevantes.

A iniciativa nasceu em 2018 durante as eleições no Brasil daquele ano, com o objetivo de analisar conteúdos suspeitos, boatos e notícias falsas que poderiam influenciar o debate público.

Para verificar o conteúdo, a equipe do Comprova investiga as fontes, analisa evidências e consulta especialistas para confirmar ou refutar as alegações feitas. Após as conclusões, publica artigos e reportagens com as análises.

4. Agência Pública – Truco

O Truco é um desdobramento da Agência Pública para avaliar notícias com temas relacionados à administração pública e direitos humanos.

Além das notícias, é comum que a agência avalie falas de políticos, classificando-as em categorias como “verdadeiro”, “sem contexto”, “discutível”, “exagerado”, “subestimado”, “impossível provar” ou “falso”.

A Agência Pública foi fundada em 2011 pelas jornalistas Marina Amaral, Natalia Viana e Tatiana Merlin. É intitulada como uma organização independente e sem fins lucrativos, o que, segundo explica o texto de divulgação, a permite atuar sem influências de interesses políticos e comerciais específicos.

5. Aos Fatos

Fundada em 2015, a agência Aos Fatos é mais uma das iniciativas que desempenham um papel importante na promoção da transparência e na luta contra a desinformação no Brasil.

Ela verifica declarações de políticos, autoridades públicas e outras figuras de destaque, além de checar notícias que circulam na internet. O portal também publica especiais como análises de repercussão, dicas contra golpes e balanços com dados sobre fake news.

A agência também disponibiliza um manual que ensina como analisar a veracidade das notícias, além de um plugin de navegador que ajuda os usuários a identificarem informações enganosas.

6. Boatos.org

O Boatos.org se concentra em desmascarar boatos e notícias falsas do Brasil e do resto do mundo que circulam nas mídias sociais e na internet, de modo geral.

Com uma interface bastante simples, o portal também disponibiliza as informações em categorias como política, esporte, ciência, entretenimento, religião, tecnologia, dentre outros.

O Boatos.org foi criado em junho de 2013 pelo jornalista Edgard Matsuki.

7. Fato ou Fake

O Fato ou Fake é um projeto jornalístico do G1, portal de notícias do Grupo Globo, que vista investigar e esclarecer a veracidade das notícias de diversas temáticas que circulam online. Se a notícia é verdadeira, vem acompanhada do selo “fato”; caso não seja, é sinalizada como “fake”.

A apuração é feita por jornalistas dos veículos da Globo: CBN, Época, Extra, G1, TV Globo, GloboNews, Jornal O Globo e Valor Econômico. Além de checar fatos, o portal também avalia discursos de políticos.

A iniciativa foi criada em 2018, ano de eleições presidenciais e proliferação maciça de notícias falsas. Além da página disponível no G1, algumas análises de destaque são exibidas na programação diária da TV Globo.

8. FakeCheck

O FakeCheck é uma plataforma que utiliza aprendizagem de máquina e inteligência artificial para avaliar se um conteúdo é verdadeiro ou falso, permitindo ao próprio usuário checar sobre a veracidade de uma notícia.

Para isso, é só acessar o site, colar o texto da notícia (precisa ter, no mínimo 100 palavras) e clicar em “enviar”. O sistema utiliza dois modelos de detecção: “palavras do texto”, que avalia por meio da presença ou ausência de determinadas palavras; e o modo “classes gramaticais”, que analisa os termos com parâmetros da gramática.

O detector de FakeCheck foi criada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Mulher vítima de fake news no GuarujáExemplo do poder destrutivo das fake news: a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, do Guarujá (SP), foi morta em 2014 após divulgarem sua foto como uma sequestradora de crianças

DICAS PARA IDENTIFICAR FAKE NEWS

O trabalho de identificação das fake news não é apenas das agências e portais de notícias, mas também depende do discernimento de quem lê. A seguir, confira algumas dicas para te ajudar a identificar uma fake news:

1. Por mais que o assunto te impressione, não compartilhe de primeira: receber uma notícia sobre a suposta morte de um famoso querido ou um vídeo de um crime chocante pode impressionar e nos impulsionar a já repassar o conteúdo. Não ceda a esse impulso sem ter certeza de que aquela informação é verdadeira.

2. Veja se a notícia traz diversos pontos de vista ou é muito parcial: um jornalismo sério costuma trazer os dois lados (por exemplo, da vítima e do acusado de um crime). Caso a informação tenha uma narrativa muito radical, alarmista, parcial e persuasiva, desconfie e não a compartilhe.

3. Pesquise se os principais veículos publicaram sobre o fato: jogue o assunto num buscador como o Google e confira se os principais noticiários abordaram esse acontecimento. Infelizmente, algumas fake news chegam a vir em interfaces que imitam portais famosos como o G1, mas, se for boato, logo você encontrará a resposta nos primeiros links da busca.

4. Leia a notícia até o final: já se atraiu por títulos impressionantes e no fim percebeu que foi só para chamar atenção? São as famosas notícias com “clickbait” (isca de cliques, em português), ou seja, chamadas criadas apenas para atrair atenção, e que podem até deturpar a notícia. O problema é que, se você ler apenas o título e o resumo, pode ter uma interpretação equivocada. Por isso, veja toda a notícia para ter certeza do que se trata.

5. Responda quem compartilhou a fake news com a notícia verdadeira: nem todas as pessoas que replicam desinformação o fazem por mal. Estamos em um país com diversas dificuldades educacionais e que passam pela capacidade de interpretar texto. Por isso, se você já sabe que é um boato ou identificou elementos que tornam o link suspeito, não hesite em alertar a pessoa ou o grupo em que a notícia foi compartilhada.

6. Denuncie: se você recebeu, tem visto um conteúdo suspeito cuja veracidade ainda não foi comprovada, está sendo vítima de fake news ou conhece alguém que está sendo alvo, contate um ou mais sites de agências para que possam investigar. Mídias sociais como o X (ex-Twitter) também disponibilizam canais de denúncias de notícias.

A desinformação prejudica a todos e é inimiga do conhecimento. Para ajudar a combater as fake news, compartilhe esta matéria para ajudar mais pessoas a identificarem notícias falsas.

Com informações de: Canaltech, TechTudo, Dino (Blog), UOL Tilt, Brasil Escola, Mundo Educação

Fotos: (1) Divulgação/Pixabay | (2) Diário Gaúcho/reprodução

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