Gênio Criador Editora

15 livros para ajudar a entender o Brasil e votar com consciência nas Eleições

Obras ajudam a entender o contexto social, histórico e político do País e as principais necessidades a serem consideradas na hora do voto

Por Danilo Moreira

Em todo ano de Eleições, é comum que as pessoas busquem uma reflexão maior sobre as necessidades e características do País. Ainda que vivamos em tempos de discursos inflamados, fanatismos, fake news e conflitos ideológicos principalmente nas plataformas digitais, a informação e o conhecimento são as principais ferramentas que devem ser utilizadas na hora de escolher os representantes que irão ajudar a conduzir o Brasil nos próximos quatro anos.

Para contribuir com essa reflexão tão importante para o futuro do País, a Gênio Criador Editora reuniu 15 obras que podem ampliar a sua consciência sobre o País que vivemos e ajudar a escolher melhor seus candidatos. Veja a seguir:

1. A BOA POLÍTICA: ENSAIOS SOBRE A DEMOCRACIA NA ERA DA INTERNET, DE RENATO JANINE RIBEIRO (COMPANHIA DAS LETRAS)

A obra reúne diversos artigos produzidos em 20 anos pelo cientista político Renato Janine Ribeiro, que é ex-ministro da Educação e professor na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Os textos debatem sobre os impactos que o valor ético e políticos praticados na Internet trouxeram para o debate intelectual. Os ensaios abordam temas como voto obrigatório, corrupção, representatividade, protestos e impeachment, gerando conhecimento para importantes reflexões sobre o atual cenário político e seus rumos.

2. REPRESENTANTES DE QUEM? – OS (DES)CAMINHOS DO SEU VOTO DA URNA À CÂMARA DOS DEPUTADOS, DE JAIRO NICOLAU (EDITORA ZAHAR)

Pensar em política atualmente é levar em consideração também a representatividade. Estudioso do sistema eleitoral do Brasil há mais de duas décadas, o sociólogo Jairo Nicolau promove uma análise sobre a proporção da representação do povo nas instâncias do poder. A obra trabalha com vários questionamentos comuns de quem se interessa pelo assunto, como a elegibilidade de deputados mesmo com menor número de votos, manobras partidárias, o que acontece com seu voto depois que você sai da urna, por que é difícil implantar uma reforma política, entre outras curiosidades no País com o “Legislativo mais fragmentado do mundo”. O autor também propõe algumas medidas que podem contribuir para o aperfeiçoamento da legislação eleitoral e partidária brasileiras.

3. EMOÇÕES OCULTAS E ESTRATÉGIAS ELEITORAIS, DE ANTONIO LAVAREDA (OBJETIVA)

As campanhas eleitorais são a principal vitrine das Eleições. Contudo, é comum que muitas pessoas não tenham noção das técnicas que são utilizadas nesses processos. Visando democratizar esse conhecimento, o cientista político Antonio Lavareda, que já participou de 76 campanhas, sendo três presidenciais, divide experiências na prática de estratégias bem sucedidas, mostrando técnicas de marketing político, mecanismos das pesquisas de opinião, alianças políticas, entre outros recursos já utilizados. O livro também é um importante alerta sobre tipos de discursos e ferramentas que políticos estão utilizando para obter seu voto.

4. NOTÍCIAS DO PLANALTO – A IMPRENSA E FERNANDO COLLOR, DE MARIO SERGIO CONTI (COMPANHIA DAS LETRAS)

Em uma época marcada pela proliferação em massa das notícias falsas (fakes news). Até hoje, a grande mídia tem um papel relevante e até decisivo nas Eleições. O jornalista Mario Sergio Conti debruça sobre os bastidores da grande imprensa, os interesses e mecanismos que permeiam o caminho em que a política é transformada em notícia para milhões de pessoas. Conti analisa de que forma os principais jornais, revistas e emissoras televisivas do País cobriram a ascensão e queda de Fernando Collor de Mello (1989-1992). A ideia é refletir sobre até que ponto as relações pessoais, interesses de empresas e identidade política com o Governo podem influenciar a cobertura política dos grandes veículos de comunicação.

5. ELEIÇÕES NO BRASIL: DO IMPÉRIO AOS DIAS ATUAIS, DE JAIRO NICOLAU (EDITORA ZAHAR)

O cientista social Jairo Nicolau aparece novamente em nossa lista com essa obra, que traça um registro histórico da democracia brasileira desde o Império, reunindo informações que ajudam a entender o contexto sociopolítico que o País se encontra atualmente. Utilizando uma linguagem clara, o especialista aborda sobre as épocas contando, por exemplo, quem era permitido votar naquele momento, quais cargos costumavam ser disputados e quais manobras poderiam ser utilizadas para beneficiar interessados.

6. CORONELISMO, ENXADA E VOTO: O MUNICÍPIO E O REGIME REPRESENTATIVO NO BRASIL, DE VICTOR NUNES LEAL (COMPANHIA DAS LETRAS)

Ainda que tenha sido publicado no final dos anos 1940, a obra ainda traz informações importantes sobre como a política brasileira foi formada e permite traçar comparativos e práticas que insistem em permanecer ou influenciam as disputas eleitorais e conduções políticas até hoje no País. O livro traz dados estatísticos específicos – algo considerado novidade em trabalhos desse tipo na época – além de documentos e registros históricos valiosos. Ele também aborda sobre o coronelismo e o “voto de cabresto”, entre outras peculiaridades que, assombrosamente, ainda podem soar bem familiares para quem lê.

7. ÉTICA E VERGONHA NA CARA!, DE CLÓVIS DE BARROS FILHO E MARIO SERGIO CORTELLA (PAPIRUS 7 MARES)

Muito se fala na necessidade do combate à corrupção nas instituições públicas e políticas para a construção de um Brasil melhor. Mas, e na sociedade? O professor Clóvis de Barros Filho e o filósofo Mario Sergio Cortella propõem reflexões sobre as consequências de diversos “jeitinhos” comuns do nosso dia a dia, como jogar lixo no chão, colar na prova, não devolver troco errado, oferecer dinheiro em troca de algum benefício, entre outros comportamentos reprováveis culturalmente incorporados à sociedade brasileira. Em outras palavras, o livro comenta sobre como a corrupção pode estar mais próxima do nosso cotidiano do que admitimos, além de refletir sobre de que forma a vergonha pode encontrar seu lugar na ética, para que seja possível pensar no futuro do País além dos prazeres individuais e comodismos.

8. O POVO BRASILEIRO – A FORMAÇÃO E O SENTIDO DO BRASIL, DE DARCY RIBEIRO (GLOBAL EDITORA)

Quem são os brasileiros e quais são suas características? Com foco na miscigenação, o renomado antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) imerge na gênese da população brasileira nessa obra, que é considerada uma das maiores referências para quem deseja estudar o assunto. O autor realizou um grande estudo de mais de 30 anos na qual aborda, por exemplo, o sincretismo cultural gerado pela interação de indígenas, africanos, ibéricos e outros europeus, por exemplo, a luta dos índios para manter viva sua cultura, o sofrimento a que povos da África foram submetidos por meio da escravidão, fatores históricos na construção da democracia no País, além de refletir sobre os dilemas, legados, problemas e êxitos gerados pela formação brasileira. É um livro importante para entender quem somos e de onde viemos.

9. BRASIL – DE GETÚLIO A CASTELO, DE THOMAS E. SKIDMORE (COMPANHIA DAS LETRAS)

Publicado pela primeira vez em 1988, o livro é um trabalho realizado pelo pesquisador norte-americano Thomas E. Skidmore (1932 -2016), considerado um dos maiores especialistas estrangeiros em História do Brasil. Buscando compreender as forças sociais e políticas que culminaram na ruptura do regime democrático em 1964, Skidmore decidiu reunir vários arquivos como jornais, documentos, além de conversar com pessoas diversas no País, de acadêmicos a taxistas. O resultado é uma análise que abrange a Revolução de 1930 ao golpe de 1964, além de fazer um comparativo entre o caso brasileiro e o que ocorreu em outros países. O livro recebeu uma nova tradução, ganhou um caderno de fotos e cronologia e, mesmo 30 anos depois, continua como um importante documento para entender os fatos que transformaram o Brasil na segunda metade do século XX e influenciam a política e sociedade até hoje.

10. BRASIL: UMA BIOGRAFIA, DE LILIA MORITZ SCHWARCZ E HELOISA MURGEL STARLING (COMPANHIA DAS LETRAS)

O livro busca reunir mais de 500 anos de história por meio de um texto agradável e acessível, que ajuda a entender não só os principais fatos, mas também o cotidiano, economia, a expressão artística e cultural, os conflitos sociais e a trajetória de minorias. A obra possui mais 800 páginas repletas de riqueza documental e iconográfica. Além disso, as historiadoras mantém um diálogo interessante com autores de referência em História Brasileira, traçando um importante panorama sobre o povo, sua identidade, formação e heranças de toda essa construção.

11. O QUE É PODER?, DE GÉRARD LEBRUN (EDITORA BRASILIENSE)

Pensar em Eleições e política remete diretamente ao conceito de poder e sua influência em todas as esferas da sociedade. Publicado pela Editora Brasiliense em 1981, o livro contextualiza, de forma simples, a natureza do poder e de que forma se faz presente inclusive no cotidiano e na vida pessoal – tanto de forma positiva quanto negativa. O professor de Filosofia de origem francesa Gérard Lebrun (1930-1999), que chegou a lecionar na Universidade de São Paulo (USP), apresenta elementos que servem como base para entender os conflitos de interesse políticos. O livro faz parte da coleção “Primeiros Passos”, que desde os anos 1980 costuma fazer sucesso entre estudantes e leitores que desejam ter noções iniciais de diversos assuntos como Sociologia, História, entre outros.

12. O PRÍNCIPE, DE NICOLAU MAQUIAVEL (JARDIM DOS LIVROS)

Escrita em 1513 pelo filósofo, historiador e diplomata Nicolau Maquiavel (1469-1527) para ser entregue como presente ao príncipe Lorenzo de Médici, em Florença (Itália), a obra se tornou uma espécie de “manual da política”. Maquiavel criou a obra tendo como objetivo apresentar orientações para um Governo em uma situação de instabilidade na época, que precisava controlar o território e se manter no poder. Por esse motivo, o livro, que teve sua primeira publicação postumamente em 1532, recebeu muitas críticas por propor medidas e ações que são moralmente questionáveis. Contudo, diversos pesquisadores afirmam que o objetivo de Maquiavel não foi difundir uma teoria política, mas mostrá-la como de fato é. Questionamentos à parte, o livro é um importante registro para entender diversas práticas políticas executadas até hoje.

13. SOBRE A TIRANIA – VINTE LIÇÕES TIRADAS DO SÉCULO XX, DE TIMOTHY SNYDER (COMPANHIA DAS LETRAS)

Quando Donald Trump ganhou as Eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016, o historiador Timothy Snyder escreveu um “textão” no Facebook para refletir sobre o fato. Basicamente, ele dizia que os americanos não eram “mais sábios dos que os europeus que viram a democracia dar lugar ao fascismo, ao nazismo ou ao comunismo no século XX", contudo, "nossa única vantagem é poder aprender com a experiência deles.". Na ocasião, Snyder publicou 20 lições tiradas do século passado adaptadas à atualidade. O post teve grande repercussão e o historiador decidiu aprofundar sua reflexão nesse livro. O objetivo é reforçar o pensamento de que é sempre importante aprendermos com os erros do passado para evitar repeti-los no presente e futuro – uma reflexão cada vez mais necessária especialmente em períodos de Eleições.

14. OS DONOS DO PODER – FORMAÇÃO DO PATRONATO POLÍTICO BRASILEIRO, DE RAYMUNDO FAORO (BIBLIOTECA AZUL)

Lançado há exatos 60 anos (1958) pelo sociólogo, jurista e cientista político Raymundo Faoro (1925-2003), a obra é uma importante referência para a compreensão da formação social e política brasileiras. O autor faz análises desde a Revolução Portuguesa no século XIV até o Estado Novo de 1930 e mostra os tipos que governaram o País, revela episódios ricos da história brasileira e mostra práticas comerciais em um Estado burocrático, bem como as consequências para o desenvolvimento da nação.

15. CASA-GRANDE & SENZALA, DE GILBERTO FREYRE

Esse clássico da sociologia brasileira, publicado por Gilberto Freyre em 1933, também aborda sobre a formação da identidade do brasileiro, além de abordar sobre o patriarcalismo, as heranças do período escravocrata na sociedade como um todo. Ele utiliza a figura da Casa-grande, onde o branco dono de terras exercia seu poder e agia base em seus interesses, sob o sofrimento dos escravos. O autor também se aprofunda em questões de comportamento, como a opressão de mulheres, a miscigenação, além de descrever hábitos e papéis sociais de diversas camadas da população.

Esses são alguns exemplos para ajudar a entender o Brasil, suas reais necessidades, e dispor de informação para saber votar com consciência. Todos saem ganhando quando o conhecimento é ampliado e, no caso das Eleições atuais, o País todo só tem a ganhar quando há mais pessoas com bom embasamento para buscar soluções satisfatórias para a realidade atual.

Com informações de: Exame, HuffPost Brasil, Blog da Companhia das Letras

Faça a diferença e multiplique!

Busca